domingo, 17 de julho de 2011

pra pensar.

E em frente a fila, no hall de entrada, aglomerava-se um grupo de 6 pessoas - 4 mulheres e 2 homens, elas com traços de adolescentes precoces e eles em torno dos 30 anos – um era magro e baixo com uma cabeleira rastafari da qual era impossível manter indiferença, vestia uma camiseta estampando o rosto fabuloso de Bob Marley.

Aguardaram alguém que tardou 17 minutos. Entraram. Da fila reclames, protestos, mas nada alterou o palco, o cenário, as ribaltas...

Foi em um verão da década que passou. Há 7 anos.

Acomodaram-se numa mesa e pediram uma garrafa de whiskey  outra de  champagne e um balde de energéticos. A conversa foi conduzida pelo "Rasta", falava exaustivamente de si e de pessoas. Era DJ. Postou-se por 2 horas na cabine e aliado a seu copo de whiskey inutilmente caro devido a mistura, executou a tarefa de oferecer um espetáculo do estilo aquelas pessoas. Eu não entendi o porquê de rasta e o porquê de Boby Marley . Seus amigos distribuiram cartões e de tudo aquilo eu cansava... A 30 quilômetros dali, no mesmo momento, uma mulher despediu-se dos filhos e do marido deixando o café pronto.

E o "Rasta", acompanhado somente pelo outro rapaz, cruzou-me num táxi.

1 hora e meia depois, quando o sol, que é o mesmo para todos, começou a amanhecer aquelas bandas da terra e invadiu o pátio do El Divino Lounge, uma mulher arrastava os sacos com o lixo da noite.

Na rádio uma música fê-la imaginar os versos que o artista cantava em um idioma que não sabia.

E o espírito do poeta assistiu a lição, o show... A sujeira mais teimosa a mulher arrancava com as mãos - e o pano que esfregava o chão ela afogava em um balde com água sanitária e torcia-o até estendê-lo exausto e limpo, depois batia-o até secar. Tornava a esfregar o mesmo lugar com outro pano. O chão, antes imundo, tornou-se impecável. 

E o poeta, não fosse só uma força ali presente, pudesser, diria Mulher... da noite é essa sujeira, deles é esse lixo, essa propaganda - e seus são esses panos brancos, e seus são esses versos, seu é o espetáculo do sol que nesse piso limpo agora reluz...



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